7 de dez. de 2010

Súplica do cavalo ao seu dono

A ti, dono meu, elevo está súplica:
Dai-me regularmente , de comer e beber.
Terminado meu trabalho, proporciona-me abrigo confortável para que eu descanse e recupere as energias.
Examina continuamente, meus pés e escova meu pelo.
Se eu recusar alimento examina minha boca; pode ser uma úlcera que me empeça de comer ou meus dentes me doam.
Fala-me calmamente. Tua voz incentiva, não o chicote ou o bridão. Acaricia-me, de quando em quando; pagar-te-ei todo o carinho, aprendendo e servindo-lhe melhor, pagando, em suma, amor com amor.
Não cortes minha cauda, pois com ela espantos insetos que costumam atormentar-me.
Não puxe violentamente as rédeas, nem me apliques fortes relhadas, ao eu ter dificuldade em subir ladeiras sob carga pesada.
Não me maltrates com os calcanhares, nem me batas, quando não entender seus desejos; faz com que compreendas teu pensamento.
Dou-te sempre tudo que puder. Se acaso, me recusar a obedecer, verifica se não estou mal ensilhado ou se meu freio não me perturba, ou ainda se algo molesta meus pés, causando-me dor.
Se eu assustar não me castigues; verifica, se minha vista apresenta algum defeito.
Não me obrigues a carregar ou arrastar um peso superior as minha forças, nem a trotar velozmente em estradas ou pisos escorregadios.
Se eu cair ajude-me a levantar; se eu tropeçar não me culpes por isso.
Não acrecentes ao meu medo diante de suas fortes chibatadas.
Defende-me dos causticantes raios solares, se fizer frio, cobre-me, quando eu estiver repousando.
Quando a velhice tornar-me inválido, lembra-te dos serviços que te prestei; não me vendas, nem me deixes morrer a mingua; sacrifica-me, então, sem padecimentos, tu mesmo, ser-te-ei grato por isso!
Rogo-te tudo isto em nome daquele que quis nascer em um estábulo

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